quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Quebrantamento

“Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus” (Salmo 51.17).

Quebrantar é debilitar, enfraquecer. Quebranto é prostrar-se. E ambos vêm da raiz “quebrar”, cuja idéia principal é a de falir, enguiçar. Assim, não há quebrantamento sem que o eu enguice com suas particularidades. Não há quebrantamento sem que o eu declare estado de falência, desistindo de conduzir-se por sua própria força e sabedoria.

Por toda Bíblia encontramos o eu lutando direta ou indiretamente para prevalecer sobre tudo e todos, e isto inclui o Senhor. É terrivelmente sério, e ao mesmo tempo infantil perceber membros que chegam ao pastor exigindo prioridade, tratamento vip, por se considerar a peça mais importante da igreja (este processo nem sempre é consciente). É claro que o pastor percebe a atitude e a condena; mas, ainda mais incrível é quando o pastor, por sua vez, chega ao Senhor da mesma maneira, esperando tratamento vip por se considerar a peça mais importante do Corpo. Toda esta realidade realça o agir determinado do ego em busca da satisfação pessoal, mesmo que seja a revelia de outros.

Somos parte, e provavelmente a não mais importante, do ministério do Senhor. Nossa aproximação de Deus deve ser sem a arrogância da auto-consideração, e sim com a gratidão de simplesmente pertencermos ao Seu ministério, por graça, por pura e bendita graça.

Seria cômico se não terrível: o homem que busca o melhor para si próprio torna-se seu maior inimigo exatamente por esta tendência. Já o Senhor que busca quebrar (falir, enguiçar) o homem, torna-se seu maior amigo. Tudo para que o homem enxergue sua realidade insana, trocando-a pelo equilíbrio de uma vida saudável, onde o Senhor é o condutor principal.
Assuma falência, e o Senhor lhe tirará da crise.