quinta-feira, 18 de junho de 2009

Guias (2)

(...continuação)

2. A submissão resultado em benefícios (17).

“Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossa alma, como quem deve prestar contas, para que façam isto com alegria e não gemendo; porque isto não aproveita a vós outros.”(Hebreus 13.17)

Obedecer aos guias (agora do presente). “Obedecer” e “submeter” são atitudes complementares. A submissão resulta em benefícios tanto aos guias quanto aos submissos.

Aos submissos, porque “eles, os guias, velam por sua vida”. O verbo sugere vigilância. O substantivo se refere literalmente a “noites insones”, como Paulo descreve em sua segunda carta aos coríntios 11.27: “em trabalhos e fadigas, em vigílias, muitas vezes”; mostrando seu labutar no ministério.

Este velar, este cuidar, é ainda mais benéfico aos submissos, porque os guias o fazem “como quem deve prestar contas”. O que implica em cuidado, em responsabilidade, e isto com alegria.

Mas, também, a submissão é benéfica aos guias, pois facilitam sua missão; permitindo com que ministrem com alegria, e “não gemendo”. A submissão evita o desgaste, as controvérsias, a necessidade de lutar para fazer com amor àqueles que por sua conduta não merecem amor.

Dificultar o ministério de nossos guias “não é proveitoso”, não é benéfico àqueles que dependem dos guias. Não propicia um retorno de alegria, ânimo e satisfação; mas sim de obrigação, persistência e responsabilidade.

Conclusão:

Ao pregar no seminário em que me formei, uns 10 anos depois que me formei, revelei minha dificuldade em ver e em identificar meus professores como colegas de ministério. Pois ainda os via (e ainda os vejo) como mestres; guias que merecem todo o respeito. Muito mais pelo conjunto de sua vida do que pelo seu nível acadêmico.

Submissão tanto aos que partiram quanto aos que estão exercendo a função de guias, de responsáveis por nossas vidas. Isto facilita a vivência de uma vida correta no Senhor, pois nos atentaremos para a fidelidade ao Senhor por intermédio de sua Palavra; à confiança, ao exercício da fé; e à coerência de uma vida em que as atitudes comprovam aquilo que falamos.

E, além disso, facilita o viver cristão porque estaremos sob o cuidado daqueles que velam por nós, com alegria, como quem tem de prestar contas ao Senhor.

Revele o amor que possui pelo Senhor, amando seus guias espirituais.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Guias

“Lembrai-vos dos vossos guias, os quais vos pregaram a palavra de Deus; e, considerando atentamente o fim da sua vida, imitai a fé que tiveram. [...] Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossa alma, como quem deve prestar contas, para que façam isto com alegria e não gemendo; porque isto não aproveita a vós outros.”(Hebreus 13.7, 17)


O autor aos Hebreus está terminando sua carta com vários blocos exortativos. Desde o capítulo dez, ele conduz seus leitores ao cuidado em seu viver; e a necessidade de seguirem o exemplo daqueles que foram bem sucedidos espiritualmente.


Há um apelo à consideração ao passado, buscando aplicá-lo ao presente. É em meio a este raciocínio que o autor relaciona os “exemplos de fé”, no capítulo onze. E, então, no capítulo doze, amarra a existência e a possibilidade de sucesso espiritual à pessoa de Cristo. Para, então, exortá-los à prática da vida cristã saudável.


No texto acima, o autor, seguindo a linha de raciocínio do final de sua carta, mostra que uma forma de se cuidarem, vivendo o esperado, é o de serem submissos aos seus guias. O texto revela dois raciocínios principais: O primeiro é que a submissão está condicionada a algumas características que revelam autoridade. O segundo é o resultado benéfico da submissão aos que têm autoridade.


Consideraremos estes raciocínios. E o faremos em dois momentos. Assim, vamos ao primeiro:


1. A submissão está condicionada a características autenticadoras (7).


Primeiramente ele chama a atenção para os guias do passado. Os atuais são mencionados nos vv. 17 e 24. “Lembrai-vos”. A idéia é a de respeitar aqueles que já se foram, mas cuja lembrança ainda é viva. “Lembrai-vos” é significante porque ressalta a continuidade da influência do ministério daqueles guias sobre nossa vida.


Esta lembrança de um ministério influente se dá por algumas características: A primeira é a de pregar a palavra de Deus. A exortação é iniciada destacando o cuidado de nos vincularmos àqueles que honram ao Senhor, através da consideração às Escrituras. Submeter-nos aqueles que se submeteram a Deus, através de sua palavra, pregando-a. O pronome “os quais” destaca que esta era sua característica principal: falar a mensagem. E o fizeram! Pois, o verbo aponta com clareza para uma ação completa no passado.


A segunda característica é a fé digna de ser imitada. Fé que só é possível vislumbrar através da vida: no assumir o ministério; no cumprir das responsabilidades; nas reações às dificuldades; na moderação às bênçãos; na perseverança em acreditar no Senhor, vivendo sob sua dependência. Examinai sua vida e imitai a fé que tiveram, à semelhança dos heróis da fé, alistados anteriormente (capítulo 11); demonstrada não em grandes discursos, mas em manter a fidelidade nas pequenas coisas no dia-a-dia.


E, abraçando esta segunda característica está a terceira que é a de manter um padrão coerente de vida. A exortação é a de “considerar atentamente”. “Lembrai-vos” pode significar “observar” num sentido literal como em Atos 17.23, quando Paulo diz que observou os objetos de culto em Atenas; mas é empregada aqui num sentido figurado, com o significado de “considerar”, o que subentende uma observação cuidadosa.


“Considerando atentamente o fim da sua vida”. Com o objetivo de atentar para a coerência de sua carreira; revelada através do efeito prático da sua maneira de viver; unindo em um só estilo suas palavras e seu comportamento digno. Esta mescla implica em êxito, isto é, em ótimos resultados.


Guias que possuem estas características devem ser considerados, pois realçam a verdade do evangelho; mantendo-nos em rumo semelhante de fidelidade, confiança e coerência espiritual.


(Concluiremos na próxima postagem)