quinta-feira, 18 de outubro de 2007



Falsidade

Mãos que se encontram ritualmente
Selando a cínica legalidade
Manifestada em sorriso deprimente
Assassinando a todos na formalidade

Abraços em absoluta desconexão
Revelam a autodefesa
Daqueles que escondem a emoção
Por medo de se tornar uma presa

Como se libertar da falsidade
Que se agiganta com a idade?

Seguindo o que Cristo revelou
“Ser como uma criança”
Que não tem medo do amor
Nem de aceitar Sua aliança

Wagner Amaral
18/10/2007

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Assentos reservados

Quando vejo no ônibus ou no metrô o aviso: “Assentos reservados”, percebo o quanto estamos distante da realidade divina para os homens. Antes de servir como modelo de organização ou de evolução da raça humana, retrata a falta de educação de nossa sociedade. A existência de tais avisos realça a necessidade da lembrança, revelando que a sociedade se esqueceu dos bons modos.

Anos atrás seria comum, por simples educação, os homens, ou os jovens, cederem seus lugares às mulheres, aos idosos, às grávidas; e isto sem olhares tortos, sem resmungo, mas, ao contrário, com sincero e salutar impulso.

Pois bem, hoje, para vergonha de nossa sociedade, temos de ser lembrados daquilo que deveríamos fazer por educação, até mesmo por prazer. E, piorando a questão, percebemos que nem com a lembrança a educação prevalece. São “sonos” repentinos que começam assim que alguém que merecia o lugar aparece. E sonos que inexplicavelmente desaparecem no momento exato da descida do “indivíduo chato”. Tanta organização para tão pouca educação!

Pois bem, quando olhamos para o viver da igreja de Cristo percebemos a mesma tendência perigosa. Não falo de assentos reservados, pois, pelo menos na igreja, isso ainda funciona. Falo de certas práticas que podem nos tirar do eixo divino. O cantar, o ler as Escrituras, o orar, tudo por pura organização, simplesmente por sermos avisados que é o momento. Sem falar nas “rezas cumprimentais” em meio aos cumprimentos, mais para evitar a crítica e a desconfiança; menos pelo amor, pelo prazer, pela sinceridade da comunhão, pelo desejo de se envolver com o próximo.

Podemos ainda anunciar nossa educação em ceder lugares aos outros, em desfrutar de uma organização estruturada; mas temos de cuidar de nosso coração, para que não enferruje, reservando assentos em nossa alma para a indiferença, para a frieza, para o egoísmo que leva o indivíduo a enxergar somente suas necessidades, ignorando as de todos, ou, pelo menos, da maioria.

Que adiantaria uma igreja hiper-organizada, maestrinamente administrada, porém, secamente amável, friamente amigável e hipocritamente distinta?

Minha oração é que eu, você, e a igreja de Cristo, transmita o amor de Deus e a educação de seus princípios a todos os que vivem nesta sociedade modernamente organizada, mas sentimental e espiritualmente vazia.

“Nisto conhecerão que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros”.
João 13.35.