sábado, 30 de dezembro de 2006

Que povo é esse?

2006 já era!
Que venha 2007, mas que venha na graça de nosso Senhor.
Obrigado a todos os que interagiram desde o início deste blog, cooperando com o refletir e viver cristão. Tomara que o povo "batista regular" se solte (no bom sentido, rsrsrs), criando coragem de expor seus pensamentos; é incrível como este povo é ótimo no criticar e regular (trocadilho, rsrs) na criação. Creio ser o medo da exposição, da crítica; e tudo isto aponta para o problema do orgulho. Meu mestre, Pr. Jaime Augusto escreveu o livro "que povo é esse?", tratando da história dos regulares. Pois bem mestre, estou até agora tentando descobrir.
Muito bem, 2006 agora só para reflexão e aprendizado. Viva 2007 melhor!
Maranata, Senhor!
Wagner Amaral

quarta-feira, 27 de dezembro de 2006


O difícil simples


O patrono não usa patuá
Mas promove a patuscada
Buscando engodar o patola
Em meio a sua patranhada

Assim como o jirigote
Precursor do jirote
Que apesar do ar juvenil
Foge do jingoto hostil

São expressões cotidianas
Da leviandade humana

Se, é difícil o linguajar
Dependente da cultura
O que dizer da singular
Espiritual ruptura?


Wagner Amaral
26/12/06
Nem tudo o que é simples é de fácil entendimento.
A tendência humana é a complicação pecaminosa.

sexta-feira, 22 de dezembro de 2006

Viver

“O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância” (João 10.10).

Eu sei! A realidade humana é triste, fria e cruel. Mesmo com lampejos de sanidade moral e espiritual, quando surge fina paisagem de amor, de afeição, redundando em momentos de sorrisos, de satisfação; a parte nublada da vida humana é assustadora com seus trovões, relâmpagos, tempestades de ódio, de hipocrisia, de cobrança e da mais terrível indiferença.

O que é a vida para o homem? Nasce dependente, segurando mãos fortes e simpáticas, cresce independente, segurando mãos convenientes; e então, formado, vive a crise existencial entre o ser e o não ser, entre o ser humilde ou pedante, o ser vitorioso ou fracassado, o prevalecer Cristo ou a si próprio.

O que é a vida para o homem? Depois de “formado” é a morte. Muitos possuem medo assombroso da vida e não da morte. Ao contrário, lidam com a morte como simpática amiga, tamanho o medo da vida, o medo de ser exposto, de fracassar. Esta simpatia pela morte se dá pelo medo de não saber viver, por isso, mesmo estando vivo, respirando, muitos estão jazendo, levando a vida em compasso de morte com sua visão negativa, pessimista, com sua não-participação egoísta, com sua indiferença a tudo o que ouve e vê, incluindo o evangelho, não sendo envolvido e consequentemente não se envolvendo. O resultado? Morte. A pior de todas, a morte em vida.

O que é a vida para o homem? A resposta divina é Cristo. Ele veio para dar vida, e vida abundante. Não veio simplesmente como expressão da vida, mas sendo a própria vida que renova a vida no homem morto, perdido em meio a um mundo tenebroso, pintado pelo pecado que a todos assedia, domestica e vicia.

O que é a vida para o homem? A vida que Cristo trouxe ao homem. O evangelho vivido, chorado, curtido, gritado por um coração sem medo da autenticidade, da exposição, sem o desejo da vitória a todo custo, daquela cujo único objetivo é a vanglória. A vida em Cristo evita o matar, o roubar, o destruir em prol de todo e qualquer propósito. A vida em Cristo assume a característica teimosa do enxergar o outro sem rótulos, do perdoar, do dar, enfim, do amar.

Viver não é conquistar, mas sim ser conquistado por Cristo Jesus!

domingo, 17 de dezembro de 2006

O projeto de Deus é missionário

"Um jovem norueguês chamado Peter Torjesen, na idade de 17 anos, se sentiu tocado em seu coração, por contribuir tanto para a obra missionária, que pôs na sua oferta tudo o que tinha em sua carteira, e depois de pensar rapidamente, escreveu também num pedaço de papel, o seguinte: 'E minha vida'. Há registros de que o jovem Peter Torjesen teve, depois, uma vida frutífera como missionário na China."


O projeto de Deus é missionário.
Vou além: Deus é missionário.

Quando nos atentamos para o agir do Senhor e seus objetivos enxergamos o teor missionário no todo:

Criou uma outra realidade, algo transcultural.

Todo seu envolvimento com o mundo, com o homem é algo transcultural, com objetivos salvíficos.

Sua revelação, a Bíblia, é uma composição e comunicação transcultural. Uma composição formada em 1500 anos, contando com a participação de várias culturas, línguas, nações.

Veja o conteúdo de Sua revelação: A promessa de um missionário. A chamada do missionário Abrão. A chamada do missionário Moisés. A formação de um povo missionário, Israel. A promessa de um povo ainda mais missionário, a Igreja. Uma ordem missionária: “Indo, fazei discípulos de todas as nações”. Um objetivo missionário: Transformar homens pecadores em discípulos adoradores. Uma promessa missionária: Vida em uma outra realidade, uma outra cultura.
Cristo veio ao mundo, com uma missão, um missionário transcultural, deixando sua glória, sua realidade celestial, para pregar a um mundo terreno, a pessoas completamente diferentes dele, que tinham sérias dificuldades em entendê-lo (João 1.10-14; Mateus 20.28).

E como missionário encarnado, Cristo serviu de modelo aos demais missionários, colocando como prioridade o agradar a Deus, servindo com o seu sacrifício (João 6.38-39).

E como resultado final, por toda eternidade, teremos o efeito missionário, com pessoas de todas as línguas, raças, tribos e nações, adorando ao Senhor (Apocalipse 7.9-12).


Irmãos, a Igreja é um povo com vocação missionária, este é o seu propósito (1 Pedro 2.9). Por isso, quando realçamos o viver e o ministério de vidas missionárias, estamos realçando o propósito do nascimento, vida, morte, ressurreição e glorificação de Cristo.

Por isso o apóstolo Paulo dizia: “Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo” (1 Coríntios 11.1). “Porque se anuncio o evangelho não tenho de que me gloriar, pois sobre mim pesa essa obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho, por isso tudo faço por causa do evangelho, com o fim de me tornar cooperador com ele” (1 Coríntios 9.16,23).
Considerar o nascimento de Cristo é maravilhoso, mas melhor ainda é considerar o propósito de seu nascimento e vivê-lo.

terça-feira, 12 de dezembro de 2006

Temos natal


Amor?
Não haveria amor
Sem a graça de Deus
Nenhum amor aos Seus

Salvação...
O que seria “salvação”?
Sem a cruz de Cristo
Nenhum caminho é previsto

O que seria da esperança
Se Cristo não viesse como criança?

Mas, de Deus temos “natal”!
Que dá à vida nova cor
Selando à morte um fim fatal
Eternizando o amor


Wagner Amaral
O valor do natal
14/12/2005

terça-feira, 5 de dezembro de 2006

Por ELE e para ELE

Por que cantamos, oramos e lemos a Bíblia? Por que nos reunimos semanalmente em comunidade? Por que dedicamos tempo e esforço em projetos, juntos? Por que somos fiéis nas contribuições financeiras? Por quê? Para quê?

Já pensou nisso? Já refletiu na possibilidade de participar de todo esse processo chamado igreja, pela simples razão de ter nascido dentro dele? Ou, pela razão de ter sido convencido por amizade, ou necessidade, ou até mesmo pela falta de outros objetivos?

O que fazemos é por Ele (Deus). Tanto pela idéia de ser o responsável direto por isso quanto pela idéia de agirmos em seu nome, pensando nEle.

O que fazemos é para Ele. Objetivamos servi-lo. O fim se encontra nEle. Esta deve ser a razão absoluta de nosso proceder. Esta deve ser a única motivação em nosso ser.

“Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as cousas.
A ele, pois, a glória eternamente. Amém.”
Romanos 11.36

Crescemos e envelhecemos tornando tudo impessoal no que diz respeito a Deus: No discurso para os filhos Deus é substituído por Igreja, o que é carregado por toda a vida. Nas conversas joviais Deus é também substituído por agitação, rapazes e moças atraentes, entretenimento, esporte e lazer. Para os que se sentem chamados Deus é substituído por vocação, talento e dons. De maneira geral Deus é substituído pela vontade própria do homem, pelo gosto musical, pelo padrão da igreja, pela solenidade ou irreverência, pela concordância ou discordância de pontos administrativos, teológicos, .....

Não é o tempo, nem as coisas, nem tampouco a igreja (com seus variados tipos) que faz o crente, que transforma vidas, que gera maturidade e abnegação, mas sim Deus.

Não é a alegria e a espontaneidade, nem a fisionomia fechada e a introspecção que transforma alguém a imagem de Deus, mas sim a ação particular, íntima e discreta de Deus em nós, por meio de seu Espírito consolador e educador.

Não é a experiência do homem que se acha vivido que traz conforto e sabedoria, mas sim a experiência da realidade de Deus no homem simples, humilde, pecador.

A vida e a morte por Ele e para Ele.
Disfarce


Pinheiros
Presentes
Trenós?
Neve?

Um “bom velhinho”
Um grande pé de meia
Um “precioso” vinho
Que enrosca todos numa grande teia

Tempo de falso muxoxo
De disfarce ... de sorriso frouxo

Natal é época de se esconder
Atrás de belo traje
Ou de disfarçar o ser
Ignorando a Majestade.


Wagner Amaral
Questionamento do que tem sido o natal para muitos

13/12/2005

quinta-feira, 30 de novembro de 2006

Homens de autoridade

Forma de superioridade constituída por uma investidura. Seja por alguém, ou pela competência em determinada área, ou assunto. Diante disto, exerce o direito de fazer obedecer, o domínio, a influência, o prestígio. Um tanto diferente com o ser autoritário: Que tem o caráter de dominação, impositivo, violento, arrogante. Que não tem a competência devida, mas quer impor autoridade.

Considerando a autoridade do homem no lar, lidamos com algumas indagações incomodantes, como: O que Deus, e nossa família, espera de nós? Já temos, da parte de Deus, a autoridade investida. O que nos falta? A nossa parte. A competência. Exatamente aquilo que mais é cobrado, e que mais nos falta.

Deus revela nas Escrituras que uma das piores coisas é uma mulher rixosa (Pv. 21.19). E todos nós concordamos com isto, mas o problema é quando nós (homens) cooperamos para que ela seja rixosa, ou para que não tenhamos argumentos convincentes para que ela deixe de reclamar, ou criticar.

Quando não assumimos a responsabilidade do manter a casa ajeitada.
Quando não encarnamos o papel de pai na educação de nossos filhos.
Quando damos terrível exemplo em nossas escolhas e gostos.
Quando somos infiéis ao Senhor.
Quando não satisfazemos nossa mulher sexualmente.
Quando não cuidamos do que falamos ou fazemos.
Quando não administramos o tempo, priorizando o que vale a pena.

Conta-se que certo líder da igreja tinha um filho muito rebelde. Preocupado com a situação, convidou o pastor para almoçar em sua casa e ajudá-lo com alguns conselhos. À mesa, o garoto ficou em volta do pastor, examinando-o curiosamente a procura de algo. Espantado com o gesto estranho da criança, o pastor lhe perguntou amavelmente o que desejava. "Eu estou procurando sua outra cara... o papai sempre chega da igreja reclamando e dizendo que o pastor tem duas caras". Não podemos esperar que os nossos filhos aprendam a obedecer sem o nosso exemplo.

Tenho me preocupado cada vez mais com esta geração de crianças, adolescentes e jovens. Mas tenho observado claramente que o mal crescente nesta geração encontra-se dentro de casa. E este mal tem nome: “homens”.

A pergunta é: Onde estão os homens? Desde que as mulheres iniciaram sua luta pela liberdade feminina, que os homens se amedrontaram, e estão definhando. Onde estão os homens de iniciativa? Aqueles que sabem o que quer, e vão à luta? Onde estão os exemplos de maturidade, de serenidade, de firmeza? Onde estão aqueles que protegem suas famílias? A melhor proteção para a geração mais jovem é um bom exemplo da geração mais velha.

Conta-se que Abraão Lincoln, quando presidente dos Estados Unidos, certa vez recusou-se a receber uma pessoa. Sua secretária lhe perguntou o porquê. Lincoln respondeu: "Não vou com a cara dele". "Mas, presidente, que culpa o homem tem de ter a cara que tem?", perguntou a secretária. A resposta de Lincoln foi singular: "Depois dos quarenta anos, um homem é responsável pela cara que tem". Estava certo. Somos responsáveis pela cara que temos, pela cara de nossa família, pela cara de nossa esposa, pela cara de nossos filhos.

O que será da igreja daqui a alguns anos? Olho para nossas crianças, adolescentes e jovens, e fico na dúvida, olho para as mulheres e as vejo meio que perdidas, correndo, lutando, olho para os homens e o que vejo? O que você vê? Em boa parte das igrejas um grupo que, como grupo, nem sempre tem autoridade, porque nem sempre vive como grupo. No meio deste, como que perdidos, um grupo que luta com autoridade para influenciar a todos. Mas vejo outro grupo de homens sem autoridade, sem expressão, acomodados, que deveriam assumir uma mudança radical em sua vida para que a futura geração seja uma geração abençoada.

Homens de autoridade. Ah! Quanta falta faz....

quarta-feira, 22 de novembro de 2006

Coração de Criança

Coração de criança, novo e acelerado,
Inocentemente autêntico, ingênuo e dependente.
Coração alegre, esperançoso, e amado
Que ignora a malícia - da morte a confidente.

Coração que ao envelhecer há de perder o ardor
Pela beleza do simples e a eficácia do amor,
Chorando a saudade do afago e da liberdade de errar,
Jazendo no pecado experiente que insiste em nos viciar.

Entregue à saudade chorada, percebo pistas infantis,
Em espasmos de autenticidade e alegria em uma nova matriz,

Trazendo esperança em uma regeneração instantânea
Que o Espírito divino promove em meu ser.
Uma jovialidade que me impulsiona
A depender, como criança, dAquele que mudou meu viver.

Pr. Wagner Amaral
Nova vida em Cristo

04/11/2004

terça-feira, 14 de novembro de 2006

Tempo de adoecer

“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu [...] Tudo fez Deus formoso no seu devido tempo” (Eclesiastes 3.1, 11).

É admirável o conhecimento que se nutri do Senhor, o que torna ainda mais espantoso a inércia deste conhecimento no viver. Decididamente saber não é viver! Não há um santo, crente ou profano, que não concorde quanto à necessidade de diminuir o ritmo de suas atividades, da correria de seus dias. Agitação estafante, estranguladora do prazer, e principal responsável pela inversão das prioridades pelas urgências. “Estresse, estresse” é o termo modal na boca dos entendidos médicos e, na do ignorante povo. Toda e qualquer imagem interiorana ou praiana desperta suspiros e sonhos distantes, empurrados para a sempre distante e atrasadas férias.

Deus já revelara tão objetivamente quanto ao tempo, que parece gerar descrença em seus ouvintes (a descrença será na mensagem ou no mensageiro? Talvez nos dois). Há tempo para tudo, e isto inclui tempo para descansar. Tempo para curtir a família, os irmãos, a natureza. Tempo para refletir. Tempo para um check-up na saúde. Tempo para desligar o celular, para se desplugar. Tempo para dizer “não”, mesmo quando tudo indica que você é o único possível e disponível para a tarefa.

Vez por outra o agir Soberano “prega uma peça” naqueles que não têm tempo de parar: enfermidade, cancelamento ou atraso no vôo (problema atual em nosso país) mostram que o mundo não trava quando você para, que as pessoas vivem exatamente da mesma forma, quando não melhor, em meio à sua ineficácia, que aquela tarefa que somente você faria é realizada por outro, ou substituída por outra superior. E assim, as desculpas que servem como combustível para agitação e falta de tempo são humilhantemente derrubadas.

A real probabilidade é a de que o orgulho seja o grande vilão, pois o receio não é o desandar da rotina, mas sim a possibilidade de ser ignorado, substituído, encostado. A batalha do ego concentra na conquista do reconhecimento, nem que para isto se tenha uma vida de má qualidade, sem prazer.

Vale a pena?
Prefiro o descanso no Senhor ao orgulho do ativista, assim como o bife no suave e pacífico lar ao caviar na estupenda e irada família. Afinal, a vida é mais atraente e prazerosa quando não seguimos na utopia de um senhorio próprio, mas reconhecemos o senhorio de Deus.

sexta-feira, 10 de novembro de 2006

O Cuidado no falar.

“Eu tenho uma ‘boa’, mas é segredo”.
“Eu tenho um segredo, mas é ‘bom’”.
“Minha boca não deve..., mas eu falo”,
“Seus ouvidos não podem..., mas eu conto”.

É a arte do incrementar a surdina,
É o aguçar do pecado ao arrepiar a língua,
É a comunicação da desgraça,
E o enterrar o próximo a mingua.

O cuidado no falar, o prazer no edificar,
Deve ser o alvo de quem foi alvo do perdoar.

Despedindo a ira, a mentira e a maledicência,
Empregando o amor, a verdade e a bondade,
Tenha como conselheira a misericórdia
E como próximo a dignidade.

Wagner Amaral
Sobre o cuidado no falar

26/11/2004

terça-feira, 7 de novembro de 2006

Pastores como "membros indesejáveis"

Todo pastor visualiza uma igreja assídua e participativa, tendo cada membro como um expoente de sua visão ministerial, uma visão otimista, uma visão comunitária. Buscando transformar sua expectativa em realidade, conclama os membros a estarem em todas as programações, a sentarem-se na frente, a serem ativos, demonstrando seu amor uns pelos outros.

A palavra de muitos pastores sobre os membros que não se encaixam neste perfil progressivo é a de desolação ou de crítica, percebida por meio de reclamações, ou de comentário desnecessários, desagradáveis, desprovidos de direcionamento ético.

Para mim, o mais impressionante (pecaminosamente incrível) é como muitos pastores quando na condição de participantes, de membros, em associações, pastorais ou denominacionais, agem exatamente como os “membros indesejáveis”. Não são assíduos, nem participativos. Não são amáveis, quando muito são “cordialmente políticos”. Não cooperam financeiramente, irando-se quando chamados à responsabilidade. Possuem, inclusive, a tradicional mania de sentar-se atrás, não gostando do chamado à frente, a mesma que fazem, quando em suas igrejas, ao membro que insiste em sentar-se nos últimos bancos. Enfim, pastores que agem como os “membros indesejáveis”.

Todo pastor espera que os membros participem das discussões, e saiam das assembléias compactuados com a decisão assumida pela maioria, sem murmurar ou deixar de participar por ter sido voto vencido, entendendo que a vontade do Senhor foi manifestada na decisão majoritária. Todo pastor espera que os membros priorizem os programas da igreja, planejados com o propósito de edificar a todos, trazendo crescimento à comunidade. Diante disto, torna-se absurdo perceber pastores que ao contrário do que ensinam e esperam dos membros de sua comunidade, agem discordante e desagregadoramente, ignorando o planejamento de seu movimento, não priorizando o seu crescimento, agendando programas para as datas anualmente conhecidas de atividade dos adolescentes, dos jovens, das mulheres e dos homens. Enfim, pastores que agem como os “membros indesejáveis”.

Percebo, em meio a esta triste realidade, o porque de alguns membros serem insistentemente indisciplinados. Entendo o porque de algumas igrejas não terem uma visão agregadora e espiritual. Como afirma o ditado: “A igreja é a cara de seu pastor”. Evidentemente que há exceções para esta afirmação, criando o entendimento de que cada caso é um caso; no entanto, em muito, alguns membros e algumas igrejas não crescem porque há muitos pastores que vivem como os “membros indesejáveis”.

Que tipo de pastor você é?
Os membros de sua comunidade estão de olho em você!

segunda-feira, 30 de outubro de 2006

Acabou. Começou.

Acabou o período de eleição. Começou um novo mandato de quatro anos.

Acabou a discussão sobre quem seria o melhor presidente. Começou a governar aquele que o país (consagradoramente) entendeu ser o melhor.

Acabou a picuinha partidária, ou de simpatizantes. Começou a concentração para intercessão, a vigilância sadia, a postura daqueles que são “sal na terra e luz no mundo”.

Acabou a vergonha da igreja que não ora, que não contribui com a ética, que partilha da mediocridade daqueles que só criticam, desdenham, difamam e reclamam. Começou o exemplo da igreja que reconhece a soberania de Deus em determinar todos os que possuem autoridade.

Acabou a valentia do debate. Começou a maturidade para o bem estar do país.

Sejamos, como igreja, realistas quanto à expectativa de “perfeição” por parte de nossos governantes, compreendendo seu estado espiritual. Por outro lado, como igreja, nos prontifiquemos a assumir nossa parte, confiando que o Senhor aplicará seu plano na vida de nosso país, cidade, bairro, igreja, família, vida.
Independentemente de minha opinião política, seja bem-vindo presidente, governador, senador, deputado! Conte com minhas orações e disposição em ser cidadão exemplar, revelando a postura daqueles que estão neste mundo, mas não são dele.

quinta-feira, 26 de outubro de 2006

Preciso morrer

Completo hoje 40 anos de idade.
Quem diria!.....

Não faz muito tempo que sequer tinha noção do que seria ter esta idade, que mais apontava para a velhice do que a maturidade. Uma criança disse ontem pra mim: “o senhor ta mais pra idoso!”. Uma risada gostosa foi minha reação, lembrando-me de minha infância, quando tinha definição semelhante.

Iniciando a época da maturidade entendo que nem sempre recebemos aquilo que achamos merecer, assim como nem sempre damos o que devemos às pessoas (quanta vingança, quanta pequenez!). Presentes, reconhecimento, motivação para continuar, quando não, pelo menos, para apontar que estamos no caminho certo. Mas, o que sinceramente representa tudo isso? Marcas de nossa humanidade, de nosso ego.

Às vezes olho para mim e me acho como o vinho - quanto mais velho melhor, e às vezes me considero ultrapassado. Não sei bem como unir estes diagnósticos, não tenho certeza do sabor resultante desta mistura, principalmente porque em momentos de lucidez concluo que o melhor de mim é aquilo que não sou e não tenho. Descamando minha humanidade enxergo a amarração àquilo que é seguro, puro, coerente e carinhoso; vejo Deus soberanamente determinado a me fazer gente, persistindo em gravar em mim a sua marca.

Preciso morrer!

Sim, preciso, conscientemente, morrer, para que Deus seja visível em mim. Os cabelos brancos, rugas, dores, “tradicionalismo”, assim como o conhecimento, o raciocínio, a expressão do que sei, sou e tenho, tem de redundar em louvor e honra ao Senhor.

Sem demagogia, quem sabe a partir de agora aprenderei a morrer? Afinal, esta é a melhor maneira de viver!

terça-feira, 24 de outubro de 2006

Graça

Quando sou honesto
Sou paradoxal:
Creio e duvido
Sou um animal racional

Tenho esperança
E sinto-me desencorajado
Aprecio a confiança
Como um desconfiado

Sinto-me culpado
Por não me sentir culpado

Ser santo não é ser bom
Mas sim ser um indigente
Que recebe a Graça como dom
E vê sua fidelidade como um presente

Wagner Amaral
A graça de Deus é a nossa vida

21/06/2006

sexta-feira, 20 de outubro de 2006

A Diferença

“Vejam uma gata. Que limpa criatura é! É interessante vê-la lavar o próprio corpo com a língua e as patas. Você, porventura, já viu uma porca fazer o mesmo? Nunca viu nem verá, pois isso é contrário à sua natureza. Ela prefere focinhar na lama. Ensine uma porca a lavar-se e a limpar-se como a gata - tarefa inútil. Você poderá lavar a força aquela porca; ela, porém, voltará para a lama e sairá dali tão imunda como antes. O único modo pelo qual você conseguiria fazer com que uma porca se lavasse voluntariamente seria transformando-a numa gata. Suponha que tal transformação se realize; então, aquilo que parecia difícil ou impossível torna-se fácil e espontâneo. É o que Cristo fez e faz conosco.”

“Se alguém está em Cristo é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas”. Faz sentido para você? O apóstolo Paulo apresenta a principal razão de sua insistência com os crentes em Corinto: O amor de Cristo, revelado por sua obra (1 Co. 5.11-17).

Ele admite uma certa “loucura” (v. 13), perder a mente, ficar fora de si, perder o bom senso. E quando lemos todos os escritos de Paulo, inclusive sua carta aos coríntios, entendemos o que seria loucura para os seus críticos: sua conversão. Ele enlouqueceu para os que não entendem a mensagem da cruz, porém, mantém, conserva o juízo para aqueles que também foram alcançados pelo Senhor. Para estes, sua vida e mensagem fazem sentido.

Cristo, como “cabeça da igreja”, possui um projeto bem definido, bem delineado, com começo, meio e fim estabelecidos (vv. 14-15). E neste projeto não conhecemos a ninguém segundo a carne (v. 16). O que pensamos dos outros, como lidamos com os outros, como reagimos aos outros, ou ao que os outros fazem, não deve ser da maneira como todos fazem, pois não somos mais como todos, somos diferentes, porque temos a diferença que é Cristo (este é um excelente momento para fugirmos do teatro, deixando a máscara de lado, a fim de analisar o tamanho de “nossa diferença”).

Almejamos comprovar que Deus ama. Mas como esse amor é percebido? Através de nosso amor, através de nossa ação. Não há real dicotomia entre o discurso e a prática, pois a conseqüência trágica seria a dissolução do conteúdo. Se, temos a diferença que é Cristo, obrigatoriamente nos tornamos diferentes, como Ele (v. 17).

“Uso sapatos pelo conforto, não pela moda. Há alguns anos tive um par de sapatos pretos que usei quase diariamente por um ano. Por fim, começaram a aparecer buracos na sola, mas eram tão confortáveis aqueles sapatos que continuei a usá-los. Não podia cruzar as pernas quando ficava sentado em uma plataforma para que as pessoas da congregação não vissem os buracos. Sabia que precisava comprar sapatos novos, mas ficava adiando. Então, um dia choveu, choveu muito. Depois de quatro dias de meias ensopadas, senti-me motivado a mudar de atitude e comprar sapatos novos. O primeiro passo na mudança geralmente é o desconforto!”

O primeiro passo na mudança de nosso caráter, é o desconforto com nosso velho caráter. O desconforto com nosso pecado. Cristo nos dá a beleza de sua comunhão, e nos transforma paulatinamente à sua semelhança. E assim, temos o privilégio de participar de sua comunhão: comunhão com Ele, através da comunhão com aqueles que são dEle. Somos diferentes porque temos Cristo, a diferença!

quarta-feira, 18 de outubro de 2006

Expectativa política

Apesar da costumeira desconfiança e das comprovadas maracutaias que nos desmotivam a participação política, somos chamados a responsabilidade, a cidadania, produzindo o cuidado divino nas exortações para com as autoridades, os governos, afinal, estes dizem respeito à nossa vida diária: moradia, alimentação, estudos, saúde, religiosidade, esportes, liberdade de expressão, segurança, emprego, ... Consciente ou não a política nos move, nos envolve.

Isto fica mais claro em época de eleição, quando a população é impactada pelas discussões, e gostos, que, às vezes, mais se identificam com torcidas de futebol, prevalecendo a paixão, o gosto particular desnudo de razão, mas repleto de sentimentos.

Como cristãos a responsabilidade é iniciada pela necessidade de consciência política, o que biblicamente se encaixa no famoso, mas difícil, discernimento. Discernimento em escolher bem, mediante acurada investigação e análise do candidato e de seu programa. Discernimento na cobrança da conduta do candidato “eleito”, conforme programa pré-estabelecido.

Infelizmente, a igreja tem-se mostrado inoperante quanto a esta tarefa em fases de sua história, tornando-se medíocre em suas críticas, assim como a maior parte da sociedade que participa efetivamente da destruição do patrimônio público e privado, que não coopera com a manutenção da cidade, que não contribui com idéias e trabalho, mas que diante da conseqüência prejudicial de seu próprio descaso, irremediavelmente culpa o “governo” por toda catástrofe existente.

Diferentemente destes, a igreja, que tem a responsabilidade de ser “sal na terra” e “luz no mundo” tem de assumir sua tarefa que se apresenta de forma implícita e explícita. Implicitamente, honrar, obedecer, cumprir a lei, rejeitando o jeitinho brasileiro que em nada se alinha ao padrão de santidade de seu Senhor.

“Sujeitai-vos a toda instituição humana por causa do Senhor, quer seja ao rei, como soberano, quer às autoridades, como enviadas por ele [...] Porque assim é a vontade de Deus, que, pela prática do bem, façais emudecer a ignorância dos insensatos; como livres que sois, não usando, todavia, a liberdade por pretexto da malícia, mas vivendo como servos de Deus. Tratai todos com honra, amai os irmãos, temei a Deus, honrai o rei.”

“Lembra-lhes que se sujeitem aos que governam, às autoridades; sejam obedientes, estejam prontos para toda boa obra, não difamem a ninguém; nem sejam altercadores, mas cordatos.”

Ao contrário de se entregar à tentação do falar mal, do difamar, a igreja deve interceder por aqueles que são autoridade, por decisão do Senhor.

“Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens, em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade.”

É impressionante como o “povo de Deus” encontra enorme facilidade e disposição de passar e-mail’s e de conversar difamando e criticando as autoridades governamentais, mas, em contrapartida encontra teimosa dificuldade em orar, interceder em favor destes. Parece que a igreja sofre de amnésia quanto a esta tarefa.

Explicitamente, a tarefa da igreja é a de proclamar a verdade, o evangelho, que traz a mensagem de Deus quanto a salvação e a vida (o que inclui, em muito, a política). O evangelho é o poder de Deus para salvação. É a lei de Deus para a mudança de vida, que envolve santificação. É a proclamação da ética divina que realça o amor, a imparcialidade, desnudando a mentira, o orgulho, a inveja, a dissensão.

Mediante este proceder a igreja tende a uma expectativa realista. Fico surpreso com o cristão (principalmente o líder) que se surpreende com a corrupção, a conduta pecaminosa entre os políticos, deixando-se desanimar, abater. Qual a surpresa? O que esperar de pessoas que não tem o Senhor como seu Deus? Ele já afirmara que este mundo jaz no maligno e que o homem natural não entende as coisas espirituais; então, o que esperar, perfeição, ética impecável? O cristão que assim se apresenta ou não conhece as Escrituras devidamente ou não leva à sério as afirmações de Deus. É exatamente por isso que somos chamados a fazer a diferença no mundo. Assim, nossa expectativa não deve ser a de perfeição por parte destes, algo impossível até à nós, enquanto possuidores desta natureza pecaminosa.

Neste aspecto o pastor é figura essencial. Em época de eleição (fase atual), o pastor tem a responsabilidade de ensinar ao povo o exposto até aqui por meio de sua conduta, de seu exemplo, e de suas palavras. Mas deve também ensinar o povo a votar, e isto inclui o entendimento de que a pessoa está escolhendo um líder político não um líder religioso. Esta idéia de que crente vota em crente surgiu da mente de quem espera alcançar votos, muitos votos. Escolhemos pessoas que farão e que executarão leis. E esta escolha considera que este líder tem de ser avaliado por seu caráter (o aceitável, levando-se em conta a realidade humana), isto inclui a família. Tem de ser avaliado por sua visão, por suas opções de governabilidade, e também, avaliado por seu trabalho, seu currículo.

O pastor cumpre com seu papel ajudando as pessoas a escolherem bem seus candidatos, através dos princípios bíblicos e éticos existentes. Não é tarefa do pastor escolher os candidatos para as pessoas, mas sim instrui-las à assumirem, com maturidade, sua responsabilidade, sendo cidadãos exemplares, mesmo que estejamos neste mundo, não sendo todavia literalmente dele.
Faço a minha parte para com a igreja, enxergando a realidade da ação de Deus transformando-a, mas também enxergando a realidade de suas imperfeições. Afinal faço parte dela.

Petulante


Insolente este pequeno
Homem teimoso em ser grande
De espantoso atrevimento
Empaca, não indo adiante

Desavergonhado piazote
Letrado na arte do pecar
Acostumou-se ao bote
Não mais chorando ao errar

Imodesta criatura
Plenamente imatura

Ousado no reclamar
Revela incrível cegueira
Ao Criador querendo enfrentar
A criatura, uma toupeira


Pr. Wagner Amaral
19/09/2006
Sobre a vontade humana de ser Deus.