terça-feira, 7 de abril de 2009

O Incômodo

Algo incomodava!

Todos reunidos em um mesmo salão, aguardando a mesma reunião. E algo incomodava ao irmão Gumercindo (nome fictício).


Não eram as vestimentas, pois todos se trajavam adequadamente. Não eram os cabelos. Não! Não eram os penteados, pois nada havia de exagerado. Não era a ausência de Bíblias, apesar de que alguns eram viciados em perderem as suas. Além de todos a possuírem, ainda havia diversidade de versões e estilos, revelando abundância da literatura santa.

Nada que fosse visível. Mas, algo incomodava.


Seriam as canções? Ou, pelo menos, a forma de manifestá-las? Haviam cânticos variados: hinos e hinetos, centralizados em um tema que a todos regiam em busca do conhecimento; visualizando a edificação pelo entendimento. Além disso, havia tantos que cantavam com maestria! Outros, nem tanto; porém, entoavam seus cânticos como expressão de louvor e gratidão ao Senhor do riso e pranto.

Hummm...


Seriam as pregações? Havia estudo consciente para quem quisesse ser gente, à luz da Revelação suficiente. Seu conteúdo era literalmente bíblico, e sua manifestação se dava por meio simples; o essencial para a compreensão de todos: cultos, incultos; idosos, jovens e crianças; antigos ou modernos.

Não! Não era algo visível, nem audível; mas, algo incomodava.


Seria o coração? Aquilo que não se vê, nem se ouve, diretamente. Gumercindo, então, se deu conta de que o incômodo vinha de dentro. De seu coração adormecido, sem reação positiva ao que via, lia, ouvia, compreendia e concordava. Precisava, urgentemente, de um remédio para curar o incômodo. Precisava de Deus! Não simplesmente o do Livro (Bíblia); o das histórias narradas; o da experiência dos outros; mas sim o que sensibilizava a alma. Precisava apreciar a beleza: cultivar a alegria; aprender com a tristeza; amadurecer na tribulação; saborear o conforto divino; enfim, ver Deus em todos os momentos, e em todas as pessoas. Precisava de menor rigor, e de mais amor.


Algo o incomoda?

Seria o seu coração? ...


“Enganoso é o coração, mais do que todas as cousas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá? Eu, o Senhor, esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos...” (Jeremias 17.9s).