quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Sucesso absoluto

Outro dia peguei um livro para ler. Era um livro escrito especialmente para tratar da área conjugal, endereçado a jovens casais. Livro evangélico, de autor cristão bem firmado! Encontrei a seguinte sugestão, logo no primeiro capítulo: “Como mandar a esposa embora sem o mínimo esforço”. A resposta é simples: Não a ame. A vida confirma aquilo que Deus já revelara, o que compactua com a tese do autor: A ausência de amor demonstrado, compartilhado, não somente esfria, como torna feio o relacionamento.

O Senhor afirma através das Escrituras: “As muitas águas não poderiam apagar o amor, nem os rios afogá-lo; ainda que alguém desse todos os bens da sua casa pelo amor, seria de todo desprezado.” (Cânticos 8.7). Isto não é utopia, não é apenas sonho para os românticos, é realidade; porém, é realidade para um amor vivido, compartilhado. O versículo anterior, falado pelo noivo, afirma: “Põe-me como selo sobre o teu coração, como selo sobre o teu braço, porque o amor é forte como a morte, e duro como a sepultura, o ciúme; as suas brasas são brasas de fogo, são veementes labaredas.” (Cânticos 8.6). Estas palavras resumem o tema de todo o livro. Cânticos de Salomão não é um livro simbólico do relacionamento de Cristo com sua igreja. Cânticos de Salomão não é simplesmente uma cantata. Cânticos de Salomão é um livro revelado por Deus para falar do amor. Para provar que a vida a dois é possível. Que o casamento pode e deve ser bem sucedido. Que o relacionamento conjugal é para ser vitoriosamente alegre, bonito, prazeroso e divino.

“Põe-me como selo sobre o teu coração, como selo sobre o teu braço”. Um sinete ou um selo era um anel usado na mão direita, ou carregado sobre o coração por meio de uma corrente pendurada no pescoço. Era emblema de autoridade e, portanto, uma propriedade muito preciosa. O simbolismo é a expressão do desejo irresistível de ser a preciosidade de seu cônjuge. Ser aquilo que vale a pena! Mesmo se tudo der errado; se todos os projetos fracassarem; se todos se afastarem, eu ainda o tenho. Ou mesmo que o sucesso bata a porta, trazendo até aquilo que não foi planejado, coisas grandiosas e maravilhosas, ainda terei minha maior preciosidade: ainda a terei como esposa. É impossível ser aquilo que vale a pena sem viver o amor, sem compartilhar os pensamentos, sem diálogo, sem o beijo carinhoso, e o abraço confortante; sem o prazer do relacionamento sexual contínuo e crescente.

Todos os noivos têm pais, padrinhos, amigos; estão rodeados de pessoas sorridentes e tristes; e ouvem todos os tipos de conselhos (do mais interessante e edificante ao mais ridículo e destruidor). Descobrem inúmeros casais que há muito não compartilham o amor. Estes vivem teatralmente, vivem das aparências, que enganam a muitos, mas não a todos. A razão desta infelicidade? Não vêem seu cônjuge como o selo sobre o coração, como selo sobre o braço. Não vêem seu cônjuge como sua preciosidade. Como aquilo que realmente vale a pena.

As desculpas são muitas, e diversificadas; mas, a realidade é que tem prevalecido uma incrível onda de infidelidade. Infidelidade não somente pensando na traição conjugal, mas pensando em tudo aquilo que é prometido ao Senhor e às testemunhas, e a si própria, no dia do casamento - amar, cuidar, respeitar, servir, priorizar, etc... Quando não se cumpre com qualquer destas promessas, torna-se infiel. E esta, sim, é a razão principal pelo desastre de muitos casamentos: não se vive aquilo que é prometido, logo, como esperar sucesso?

O amor não pode ser apagado ou afogado pelas muitas águas; nem pode ser trocado por todo e qualquer bem, desde que seja vivido, desde que seja compartilhado, dia-a-dia, através do planejamento, do diálogo, das conquistas, das derrotas, do afeto, e do temor ao Senhor. Quem vive este amor, experimenta a alegria no Senhor. E percebe que o casamento, o autêntico, é sucesso absoluto.