quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Perdão


“Posso perdoar, mas não consigo esquecer é apenas outra maneira de dizer ‘não perdoarei’. O perdão deve ser como uma nota promissória cancelada, rasgada e queimada, de modo que jamais seja apresentada novamente”. Palavras de Henry Beecher, pregador norte-americano.

Os pensamentos de Beecher, mais tarde, foram modificados por outros para expressarem o seguinte: “Se você realmente não esqueceu é porque não perdoou de verdade”.

Não creio que isto reflita a verdade bíblica! Não creio que verdadeiramente nos esquecemos de todas as ofensas que sofremos na vida. Creio que nos lembramos delas. Como é que apagamos da memória um divórcio? Ou um filho no mundo das drogas? Ou um motorista bêbado que atropelou nosso cônjuge? Ou a experiência de ter estado numa prisão? Ou a guerra que trouxe tanta miséria? Ou o dinheiro perdido num investimento por causa do mau conselho alheio? Ou mesmo a humilhação sofrida diante de tantas pessoas no trabalho, na igreja, ou na vizinhança?

Muitas afirmam que Deus se esquece. “Pois perdoarei as suas iniqüidades e dos seus pecados jamais me lembrarei” (Jeremias 31.34b) Como pode um Deus eterno esquecer? O conceito que Ele deseja transmitir não é que o acontecimento ou o próprio pecado seja esquecido, mas que o juízo da ofensa foi removido. Em outras palavras: “Não mais sustentarei em juízo o pecado contra eles” (Isaías 53. 4s, 8).

A verdade é que nos lembramos de tudo. Mas podemos escolher reagir às nossas recordações. Podemos deixar que elas se aquietem, e prossigamos na vida, ou que elas nos dominem.

A expressão comum ouvida é: “Não posso perdoar”. Não pode, ou não quer? “Simplesmente não sinto vontade”. Já imaginaram quanto trabalho seria realizado se todos esperassem até sentir vontade de trabalhar? Você realmente já sentiu vontade, desejo, de lavar os pratos, de limpar a garagem? Quando foi a última vez que você sentiu vontade de lavar roupas bem sujas?

O perdão não é, antes de tudo, um sentimento. É uma escolha que vai além dos sentimentos. É um ato da vontade. Alguns dizem: “Se eu perdoar alguém quando não sentir o perdão, serei um hipócrita”. Se você perdoar ainda que não o sinta, você é alguém responsável, não um hipócrita.

O perdão é uma promessa, um compromisso: Não usarei contra ele no futuro. Não falarei com outros sobre esse problema. Não insistirei nisso.O perdão devido a um irmão não depende da bondade desse irmão, mas, antes, repousa na misericórdia e benignidade daquele que oferece o perdão. Nenhum cristão tem o direito de negar o perdão ao seu irmão: “Senhor, até quantas vezes tenho de perdoar a meu irmão? Até sete vezes? Respondeu Jesus: Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete” (Mateus 18.21-22).

2 comentários:

Anônimo disse...

O Perdão é tão maravilhoso!
Limpa a alma, o coração, torna a vida mais livre, mais prazerosa, é tão bom perdoar, e pedir perdão!
Agradeço a Deus pelo perdão que me deu a vida eterna.
Agradeço também por ter aprendido como é bom perdoar, e pedir perdão, pois atraves dele tudo se torna melhor! Além de ser uma linda forma de demostrarar amor!
Perdão é um ótimo remédio contra as dores da vida.

Almir Marcolino Tavares, disse...

Muito esclarecedora esta palavra sobre o perdão e a memória. Parabéns.