quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Refletindo a Cristo (2)

Quero continuar tratando do tema iniciado no domingo passado, baseado em Mateus 5.1-16, especialmente os versículos 14 a 16. Considerando a primeira figura usada por Cristo: o sal na terra, vimos, primeiramente, que devemos refletir o caráter e a obra de Cristo, como a paz, a alegria e a sabedoria, mesmo em meio às tribulações. E, em segundo lugar, vimos como refletir a Cristo. Como o sal, acrescentando sabor, e conservando-o; mantendo a perseverança na nova vida. Cristo realça a diferença daqueles que são dele, e como ele. E como esta diferença precisa ser vivida no mundo.

Seja com a figura do sal ou com a da luz, fica claro que o esperado é que sejamos diferentes. Que façamos a diferença no meio em que vivemos. Então, responderemos a pergunta: Como entender esta diferença através da figura da luz no mundo, usada por Cristo?

Em primeiro lugar, chamando a atenção, servindo de referencial (vv. 14-15). Se o sal serve para ilustrar a ação de Cristo em nós, e através de nós, na terra; ainda mais com a figura da luz. O foco aqui continua sendo a nossa dedicação em viver Cristo, a verdadeira luz. Por isso afirmou: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida” (João 8.12).

Vós sois a luz do mundo”. Ao passo em que vivemos Cristo, funcionamos para iluminar um mundo que está em trevas. A luz não tem sua origem em nós. Ou não depende única e exclusivamente de nós. A luz está em nós, na pessoa de Cristo, que é a verdadeira luz que ilumina o mundo. Então, não depende de nossa estratégia ou vontade particular, mas de parecermos com Cristo.

“Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte”. A luz de Cristo deve brilhar publicamente, como o agrupamento de casas com suas lâmpadas acessas. Quando viajamos de avião à noite percebemos como a luz dissipa as trevas, como ela chama a atenção em meio à escuridão. Olhamos para baixo e nada, tudo completamente escuro. De repente, visualizamos a luz, ou as luzes, como no caso de uma cidade. É isso o que Cristo está dizendo: é impossível esconder, camuflar, não chamar a atenção, quando acendemos a luz em um monte em trevas. Quando vivemos o caráter de Cristo, se torna impossível não chamar a atenção, positivamente. É impossível não marcar a diferença em meio a tantos igualmente perdidos; em meio a tanta mediocridade moral e espiritual.

Refletimos a luz, que é Cristo, no mundo quando servimos de referencial, como um farol em meio ao mar, principalmente quando a noite é castigada por tempestade, que esconde a luz natural dos astros celestes. E a característica que melhor revela o Senhor é o amor, claramente revelado no retrato do homem bem-aventurado (vv. 1-11). Por isso, Cristo afirmou a seus discípulos: “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros” (João 13.35). As pessoas podem até não compactuar de nossa fé, abraçando nosso estilo de vida; mas, reparam na diferença de nosso viver: Olhando, pensam: “Eis um pequeno Cristo. Não é perfeito como ele, mas é parecido com ele; e me faz pensar nele. E me incomoda, pois, me obriga a repensar meus conceitos, e meu estilo de vida”.

Em segundo lugar, iluminando (v. 15). Cristo afirma: que adianta ter a luz, mas não usá-la? A luz serve para alumiar a todos os que dependem dela. O verbo alumiar aqui é a palavra em grego lampei, de onde se origina a nossa contemporânea palavra lâmpada. E a idéia principal é a de resplandecer. Refletir o brilho. Quando acionado o interruptor é a corrente elétrica que quando passa pelo filamento, torna-o incandescente, produzindo luz. A lâmpada serve para resplandecer quando movida por força elétrica. Esta é a idéia de Cristo. Quando Cristo, com seu caráter, passa em nós ele torna nosso caráter incandescente, produzindo luz.

Iluminamos quando revelamos que com Cristo a vida tem conteúdo, tem sentido. Porém, limitados entre quatro paredes é impossível de se irradiar luz e, muitas vezes o nosso comportamento como filhos de Deus é bem assim. A igreja precisa entrar nas famílias, na vida das pessoas, sair debaixo das vasilhas da dependência humana, da vergonha, do medo e resplandecer a vida de Deus iluminando assim aqueles que vivem em trevas. Foi exatamente isto que aconteceu conosco. Lembram-se do texto considerado pela manhã? 1 Pedro 2.9: “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”.

Tendo experimentado isto, Cristo nos convoca a sermos lâmpadas, para resplandecer a luz que vem dele aos outros; quebrando a ação das trevas (2 Coríntios 4.3-6). O conhecimento, o sentido que quebra a ignorância da idolatria, da crendice, da mesmice espiritual. O conhecimento que liberta o homem da cegueira, trazendo entendimento da glória de Deus. Como isto funciona através de nós? Quando as pessoas enxergam em nosso falar e proceder: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Este é o andar digno a que fomos vocacionados (Efésios 4.1-3). Funciona quando não vivemos como os demais homens (sem a luz) com seus cacoetes morais e espirituais (Filipenses 2.14-15).

Isto é impactante! (v. 16) Havia nos Alpes, uma pequenina igreja no alto de uma montanha coberta de neve. Era uma linda construção, que chamava a atenção de todos. Um turista que visitava aquela cidade observou um fato curioso: aquele templo não tinha luzes acessas durante a noite. O gerente do hotel explicou: “Foi um homem muito rico quem construiu aquele templo, doando-a à nossa comunidade. Em seu testamento ele colocou a exigência de que nunca deveria haver luz própria no templo. Contudo, hoje é dia de culto e o senhor pode observar o que acontece”. Então, quando escureceu, aquele turista observou que uma lusinha surgira ali; outra acolá; todas subindo o monte rumo à igrejinha e, em dado momento, quando as lusinhas se encontraram dentro do templo, a igreja toda brilhou, espalhando luz em seu redor, como um verdadeiro milagre. O mundo jaz em trevas. Nós, em Cristo, somos a luz do mundo.

Sua vida (pensamentos, palavras e ações) tem acrescentado Cristo, como tempero, à vida de outros?

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