quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Refletindo Cristo, através da singularidade em ser mulher

É comum ouvir, ou ler, pessoas afirmando que a mulher não deve assumir funções, ou postos importantes na igreja por ser mais inclinada ao pecado. Há poucas coisas mais absurdas do que esta nas Escrituras. Em 1 Timóteo 2, Paulo amarra a culpa pelo pecado original na pessoa de Adão, o homem, o ser masculino.

Costumo representar isto através da experiência pastoral em nossas igrejas. Há normalmente mais homem ou mulher nas igrejas? Que ministério funciona em todas as igrejas, mesmo que precariamente? Até em nosso movimento isto é visível, pois que ministério funciona há 40 anos, e que mais e melhor ajunta pessoas em seus eventos?

Pela prática, se deliberarmos a pecaminosidade em nossas igrejas, somos obrigados a dizer, então, que o homem é mais inclinado ao pecado do que a mulher.

Todo o refletir esperado por Deus de você acerca dele, implica em ser mulher. Antes de ser crente, de ser cônjuge, e até mesmo mãe, você é uma mulher!

Eis um pedaço do artigo que escrevi para a Revista Missão Mulher em uma edição passada: Mundo machista impregnado de preconceitos contra a mulher. Olhares tortos, sorrisos desconfortáveis, piadinhas pejorativas: mulher no volante, perigo constante. Por que será que só falam das loiras, sem nenhuma menção aos loiros? Se não bastasse esta desagradável rotina social, ainda é preciso enfrentar a minúscula quantidade de empregos nos setores clássicos (setores de decisão), assim como o reduzido salário em comparação com o nem sempre competente, mas sempre pomposo salário masculino. E pensar que muitas mulheres ajudam direta e indiretamente neste quadro irritante, se mostrando incompetentes em seu preparo, superficiais quanto à realidade, e volúveis em seu caráter. Assumem o estigma que para vencer é preciso ou ser feminista e lutar contra a raça masculina ou ser objeto de prazer, satisfazendo sexualmente o homem e recebendo migalhas de sua admiração e proteção (enquanto úteis).

A dificuldade em refletir a luz de Cristo está em priorizar o que está fora, esquecendo-se do que está dentro; ignorando o que você é, do que foi feita, para quê, e do que precisa para ser preenchida, além da forma de ser preenchida.

Leia 1 Timóteo 2.11-15. Este
texto é um dos mais difíceis de aceitação feminina. Existem várias implicações doutrinárias aqui; porém, quero realçar algo de extrema importância. Algo, verdadeiramente prioritário no texto: A maneira escolhida pelo Senhor de preservar a mulher, em meio à transgressão. O v. 15, originalmente diz: será salva dando à luz filhos, permanecendo com sobriedade na fé, no amor e na santificação. A idéia principal é a de que a fórmula escolhida por Deus para salvar a mulher é através de sua missão de mulher. Ligando-a a seus deveres legítimos, que Deus lhe atribuiu.

Você, como mulher, deve adorar a Deus de um jeito todo especial que só você, mulher, tem e sabe. Louvá-lo com sua sensibilidade admirável que a faz valorizar as pequenas coisas, considerando aquilo que é imperceptível ao homem. Louvá-lo com sua sabedoria e longanimidade que a faz perseverar nos trabalhos. Louvá-lo com sua força incomum que a faz resistir às pressões e ainda amar. Louvá-lo com sua inteligência e habilidade que a faz realizar vários trabalhos ao mesmo tempo, desnudando a inoperância masculina. Louvá-lo com seus defeitos e limites comuns a todo ser humano (masculino e feminino), entendendo que esta limitação a direciona para o Criador e Sustentador de todas as coisas que graciosamente reverte tudo em aprendizado.

Você adora a Deus, prioritariamente, assumindo aquilo que ele criou: sua singularidade como mulher. Você é criação particular de Deus. Há semelhanças com o homem: (1) Essencialmente tanto homem quanto mulher são idênticos diante do Senhor, Gálatas 3.28. (2) Possuem o mesmo Criador, Gênesis 2.7, 18; 5.1-2. (3) Possuem a mesma carne, Gênesis 2.22-24. (4) E o mesmo propósito, Efésios 2.10; Romanos 11.36.

Porém, apesar das semelhanças, existem diferenças: (1) Corpo e cérebro que revelam a diferença óbvia de toda a criação: masculinidade e feminilidade, Gênesis 5.2. (2) Objetivo, Gênesis 2.18. Esta palavra foi empregada 21 vezes na Bíblia. Em 2 vezes foi empregada à mulher como sendo auxiliadora, 3 vezes foi usada referindo-se ao auxílio que uma pessoa presta a outra. Mas, em 16 vezes esta palavra foi usada para descrever o próprio Deus. Quando Deus está dizendo: "Eu farei uma auxiliadora", está usando como referência para o homem o que Ele, o próprio Deus, é para nós. A mulher, assim como o homem, é criação particular de Deus. Criada especificamente para uma obra que somente ela, com os atributos recebidos do Criador, pode realizar.

Além disso, as Escrituras revelam o cuidado particular de Deus para com ela. Apesar da figura masculina de Deus, alguns exemplos e manifestações divinas, revelam a particularidade da mulher, ou da feminilidade (Isaías 66.13; Provérbios 4.3; Mateus 23.37). E, ainda, temos o cuidado de Deus para com ela na proteção, nos conselhos, no direcionamento (Mateus 19.9-10; Efésios 5.25, 28; Provérbios 14.1). Tudo isto revela a bênção (a vantagem) de perseverar em ser mulher, aos olhos do Criador. Como mulher você pode revelar ao homem o seu devido lugar, aquele que Deus instituiu. Nasceu mulher para completá-lo, não como uma pecinha a mais cuja utilidade seja somente o complemento, mas sim como fundamental; pois sem você, humanamente falando, não existiríamos.

A prova de sua importância e grandeza é ironicamente ensinada por Deus em sua palavra: em primeiro lugar fez da mulher a mãe, a que traz à vida, a que está ligada aos filhos de maneira toda especial. Em segundo lugar nos revela que os atributos e características mais admiráveis e que servem de base para a vida feliz e bem sucedida com o Senhor são comuns ao lidar feminino, e estranhos à realidade masculina: amor, bondade, longanimidade, compaixão. No linguajar popular, nós, homens, para sermos perfeitos temos de aprender a pensar e a sentir como você, mulher.

Isto é singular! Deus espera que sua transparência e dedicação sejam iniciadas em manter-se mulher; usufruindo tudo o que Ele lhe deu; e cooperando para o crescimento de todos (cônjuge, filhos e outros). Se você nascesse homem o mundo seria mais feio! Curta sua beleza inigualável e louve ao Criador por ter nascido mulher. Resplandeça a luz de Cristo, através da singularidade em ser mulher.

3 comentários:

Anônimo disse...

Olá professor Wagner. Fui aluno do SBC(04/07) e sempe acompanho seu blog. Fiquei muito feliz com sua contribuição a respeito do objetivo da mulher, referindo as 16 vezes que a palavra vem descrever o proprio Deus. Grato
Fabiano Feitosa

Wagner Amaral disse...

Grato pelo comentário, Francisco.
Que o Senhor o abençoe!

Anônimo disse...

Wagner,

Um artigo muito bem pensado e necessário no mundo cristão de hoje. Escuto muitas pessoas lamentando a influência de feminismo na igreja, mas poucas falam da influência de machismo.